Mais do que nunca ouvimos falar
em sustentabilidade e na necessidade urgente de ela ser incorporada no modo de
existência de pessoas e organizações.
Mas se é tão claro que a nossa
sociedade corre sérios riscos se não rever seus hábitos e ações, por qual
motivo isso é tão difícil de acontecer? Por que o discurso teórico é muito mais
robusto do que os achados práticos ?
Na verdade, apesar da importância
do tema, sinto que esta migração não está acontecendo e não acontecerá sem dor e
muitos desafios a serem driblados.
Metaforicamente, seria como um
barco remando contra a maré, se considerarmos que o sistema econômico atual é
antagônico aos princípios básicos da sustentabilidade, que prezam o equilíbrio
entre a esfera ambiental, social e econômica e o uso dos recursos atuais de
modo a não prejudicar as gerações futuras.
Por existir um volume gigante de
dificuldades, é que eu comemoro e vibro a cada iniciativa, cada projeto ou até
mesmo cada pequena ação no dia a dia de um cidadão.
Desde o lançamento de um programa
de coleta seletiva municipal, um parque eólico inaugurado, um projeto de
incentivo ao voluntariado, até mesmo uma senhora utilizando ecobag no
supermercado ou minha mãe separando o lixo em casa.
Se essas pequenas ações irão resolver o problema?
Sei que não (há muito mais que
precisa ser feito) e não quero me passar por uma otimista tola. A minha
comemoração é pelo passo dado, pela pequena vontade de mudança nessa areia
movediça que nos faz permanecer na zona de conforto e que a mídia e o senso
comum nos impõem.
Sustentabilidade é a bandeira da
vez e todo mundo que ser politicamente correto e se dizer sustentável. Mas e na
prática?
Não é fácil lavar louça se os
descartáveis são muito mais convidativos, não é fácil permanecer com o celular
em bom estado se o modelo da última geração está em liquidação na Black Friday,
não é fácil praticar a coleta seletiva se misturar tudo é muito mais cômodo,
não é fácil participar de um voluntariado se colocar a responsabilidade no
governo sobre todas as coisas é muito mais lógico, não é fácil se preocupar com
o aquecimento global, afinal, o que são 2 graus a mais na temperatura da Terra
se eu adoro o verão?
Quem age diferente disso, sim, recebe as minhas palmas!
Enfim, o processo é longo mas é
preciso começar. E como já dizia meu amigo Arnaldo Lage “Não tenha medo de andar
lentamente. Tenha medo de ficar parado.”
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