Sul da Bahia
Em nossas últimas férias decidimos ir para o Sul da Bahia.
Os destinos escolhidos foram Caraíva, um lugar mais rústico
e menos conhecido, e Trancoso, mais turístico e conhecido.
Viajamos no final de abril que é
considerado baixa temporada. A vantagem é que as praias estão incrivelmente
vazias e há melhor negociação de preços (bugs, barcos, etc). A desvantagem é se
deparar com alguns restaurantes e atrações fechadas, o que para quem gosta de
agito pode ser uma frustração (o que não foi o meu caso! rs).
Nessa época também o calor não é
insuportável e pode chover. Não pegamos nenhum dia de chuva, muita sorte mesmo!
Escurece por volta das 17h30- 18h00, portanto se quiser aproveitar, tem que ser
no esquema dormir e acordar cedo.
Em nossas viagens, sempre tentamos mesclar lugares e tentar
desbravar ao máximo tudo o que há de interessante naquela região.
A primeira parada foi em Caraíva, uma vila super peculiar,
onde não entra carro, não há asfalto nem calçada. Para andar, pé na areia
mesmo! O clima é hippie-chique, ao som de
MPB, bossa-nova, surf-music.
Eu particularmente achei um pedaço do paraíso. Ficamos lá 4
dias e depois partimos para ficar mais 3 em Trancoso, um rústico-sofisticado
também encantador. Realmente fomos muito
felizes na escolha.
CARAÍVA
Como chegamos: pegamos um vôo
até Porto Seguro e depois um táxi até Caraíva (2,5 horas) que nos deixou na
beira do Rio Caraíva. Depois atravessamos de canoa (isso mesmo, canoa, por isso
não exagere na mala). Apesar de a vila ser pequena, quando a pousada é distante
do rio, é necessário contar com a ajuda de mulas e cavalos, que por R$ 20,00
levam toda a bagagem até o local de hospedagem. Não foi o nosso caso, pois a
pousada ficava a 5 minutos a pé do rio.
Indicações de taxi: usamos e aprovamos os dois, muito simpáticos e
honestos
Jonguinha: 73- 99636193
Nandi: 73- 99920281
Valores: Porto Seguro->Caraíva: R$ 270 //
Caraíva->Trancoso: R$ 200 // Trancoso->Porto Seguro: R$ 180,00
Onde ficamos: há vários opções, das mais simples, as
mais arrumadinhas. Nós ficamos na Pousada Casinhas da Bahia, uma ótima relação
custo X benefício . Lembrando que apesar de o lugar ser rústico, os valores não
são baixos e isso também vale para os restaurantes.
Vista o rio Caraíva
Igrejinha de Caraíva
Dia 1
Dia/Tarde: ficamos no
restaurante Coco Brasil, que possui
espreguiçadeiras e quiosques de frente para o mar, com música e comida boas.
Não tem taxa de cadeira, só paga o que consumir. Lá comemos um delicioso penne
com peixe e trio de brigadeiro.
Noite: comemos pizza no Bar do Porto, a luz de velas, com
delicioso som ao vivo de voz, violão e percussão. Tentamos esperar até
meia-noite o início do forró do Pelé (que se alterna com o forró Ouriço), mas o
cansaço nos levou de volta para a pousada.
Trio de brigadeiros do Coco Brasil
Dia 2
Dia/Tarde: fomos para a
famosa praia do Espelho, que apesar de linda, perdeu para Corumbau que fomos no
dia seguinte
Fechamos com o pescador Titi para
nos levar até lá de barco por R$ 300 o dia todo. Há a opção de ir a pé, mas é
uma caminhada bem longa sob o sol, então preferimos não arriscar. No caminho
ele parou no recife de Tatuaçu onde tem corais e peixinhos e depois da praia do
Satu, linda, completamente deserta e com uma lagoa de água doce para se
refrescar.
Chegando no espelho, vimos alguns
restaurantes com boa estrutura mas com preços bem salgados. Uma refeição para 2
pessoas não sai por menos de R$ 150,00.
Almoçamos um bobó de camarão no
restaurante/pousada Bendito Seja.
Adoramos!
Chegamos de volta já com um
fominha e comemos um pastelzinho de arraia no Boteco do Pará.
Lagoa da Praia do Satu
Restaurante da Pousada Bendito Seja
Noite: Demos uma volta
pela vila e comemos um ceviche no bistrô Comida
do Mundo. Apesar de gostoso, era pequeno e caro. Então fizemos um
complemento com um lanche delicioso no restaurante/ cachaçaria Caraíva, um dos mais movimentados da
beira do rio.
Dia 3
Dia/Tarde: fomos na praia
de Corumbau, que surpreendeu pela sua beleza. É uma praia deserta bem extensa,
com um braço de terra que avança o mar. Na maré baixa, você consegue andar
sobre essa `ponta`, o visual é de tirar o fôlego.
Alugamos um bugue por R$ 180 ,
para o bugueiro nos levar de pois ir buscar. No trajeto, de aproximadamente 30
minutos, atravessa-se uma reserva indígena onde a vegetação de restinga dá um
visual mais árido, o que rende belas fotos.
Chegando no rio Corumbau, é necessário
atravessar de canoa (R$ 10/pessoa). Mais 10 minutos de caminhada pela praia e
chega-se na área turística da praia, onde existem meia dúzia de restaurantes
com suas respectivas barracas.
Sinceramente, foi uma das praias
mais bonitas que conheci na vida e ainda sem ondas, o que adoro. Como chegamos
cedo, era aquele piscinão azul só para nós, surreal!
Passamos o dia lá, ficamos no
bangalô e comemos no restaurante Panela
de Barro, uma comida caseira fresca e deliciosa, com preço bem melhor do
que Caraíva.
Ficamos lá até umas 15h, quando
encontramos o nosso bugue do outro lado do rio. O bugueiro João, um índio
pataxó muito simpático nos levou para a zona onde os índios vivem hoje em dia,
explicou como funciona a vila e mostrou até a casa dele. Engana-se quem acha
que ainda existem ocas. O governo construiu casas populares que abrigam os índios
remanescentes.
Caminho para a praia de Corumbau
Praia de Corumbau: calma e azul
Noite: Fomos num suposto
forró que estava acontecendo no bar Pisa
no Fulô, mas não houve público... baixa temporada tem dessas! Então vimos a
lua cheia maravilhosa em frente ao mar e depois comemos um lanche de mignon
(essas alturas já estávamos em crise de abstinência, de tanto comer peixe, rsrs)
no restaurante Aquarius, bem
gostoso!
Dia 4
Dia/Tarde: fizemos a tão
famosa descida de boiacross pelo rio Caraíva. O horário bom de descida depende
muito da maré, então nos informamos um dia antes. Pagamos R$ 50/pessoa para o
Titi (o mesmo da praia do Espelho) nos levar até a prainha, lugar de onde
geralmente começa o passeio. Nesse valor também estava incluso o acompanhamento
de lancha durante o percurso, pois quando a correnteza não está forte, o
passeio chega a durar até 4 horas. Então em alguns momentos ele amarra a corda
na boia e puxa de lancha, o que também é divertido.
O passeio durou 1 hora e então
fomos para a ponta da praia, onde o mar encontra o rio e ficamos lá curtindo a
paisagem. Lá é a zona mais turística de Caraíva, onde há cadeiras, tendas e
alguns quiosques vendendo bebida e porções. De lá fomos para a Coco Brasil, onde comemos camarão
empanado.
Descida pelo rio de boia
Noite: fizemos um
almojanta na casa do meu primo que mora lá há 10 anos. Ele é dono do restaurante
Mangaba, conhecido por sua moqueca.
Como o restaurante estava fechado (só abre nos meses de alta temporada), fomos
honrados com a moqueca feita para nós na casa dele. Espetacular!!!
Moqueca do restaurante Mangaba
TRANCOSO
Como chegamos: táxi
Onde ficamos: Hotel Pousada Mar à Vista.
Maravilhoso, ótimo custo X benefício, vista
sensacional para o mar, localizada no famoso Quadrado.
Os preços em Trancoso são ainda mais altos que
Caraíva. É um lugar elitizado, então isso se reflete em todos os serviços e
produtos. Mas apesar disso, achamos que valeu muito a pena conhecer.
Dia 5
Dia/Tarde: conhecemos o
território, demos uma volta no Quadrado (campo de grama, em frente à famosa
igreja, com vários restaurantes em sua volta) e depois..... praia!
Tínhamos lido que a praia dos
Coqueiros era mais popular e a dos Nativos mais vip. Sinceramente, como fomos
em baixa temporada os dois lados da praia estavam muito parecidos. Gostamos da barraca da Silvana na praia dos
Coqueiros e por lá ficamos. Comemos um ceviche delicioso.
Vista do Mirante do Quadrado
A quarta igreja mais antiga do Brasil
Noite: De manhã já havíamos reservado mesa no famoso
restaurante Capim Santo. O ambiente
é maravilhoso e a comida divina, mas o preço também acompanha. Vale ir 1 noite
para conhecer!
Talharim com ragu de linguiça
Dia 6
Dia/Tarde: pegamos uma van
de moradores (R$ 7) e fomos até Arraial D’Ajuda, num trajeto que durou cerca de
1 hora.
Apesar de dizerem que a praia de
Pitinga é a mais bonita, ficamos na praia central, a Mucugê. De novo, em baixa
temporada tudo fica mais calmo, sem muvuca e as praias bem limpas.
Escolhemos ficar na barraca La Plage, que tinha bangalôs confortáveis, DJ, banheiro limpo e não estava
cobrando consumação. Comemos tapioca.
Subimos para o centro de
mototaxi e almoçamos no restaurante
Portinha, um por kilo gostoso, na rua central, a Mucugê. Infelizmente não
conhecemos a rua à noite, pois de dia a maioria dos restaurantes estavam
fechados.
Passeamos pelo centro histórico e
retornamos de van para Trancoso.
Ps.: a van só é recomendada se
você não se importar em fazer um trajeto nada turístico. O transporte é
utilizado por trabalhadores da região , vai bem cheio e fazendo várias paradas.
Para nós valeu a economia, pois um taxi nos cobraria umas R$ 200 ida/volta, no
mínimo.
Vista do Mirante de Arraial D`Ajuda
Noite: Andamos novamente pelo quadrado e comemos um
lanche gourmet no conceituado restaurante Ushua.
Achei caro!
Dia 7
Dia/Tarde: fomos novamente
à barraca da Silvana, mas desta vez comemos o prato da casa, o peixe na Brasa. No
meio da tarde, subimos a ladeira de mototaxi e curtimos a piscina do hotel.
Peixe na brasa
Noite: Demos novamente a voltinha no Quadrado, mas
por indicação da Patricia, dona da pousada, fomos no shushi Aki, delicioso e com preço bem mais
justo do que os restaurantes do circuito Quadrado. Acabamos a noite com um
forró pé de serra que acontece toda sexta-feira no Café Cultura, próximo à igrejinha.
De volta para casa, ficamos com
um gostinho de quero mais, com certeza essa é uma região que ficará em nossa
lista para uma sessão remember no futuro.
Espero que tenha ajudado quem
planeja ir para lá!